Editorial

Estranho

É complicado entender, na prática, o atraso/fatiamento de salários aplicado pela Prefeitura de Pelotas. Números giram, circulam, aparecem, mas as respostas são pouco claras. Algumas questões surgem com certa estranheza, como essa opção por parte receber em dia, parte receber com um pouco de atraso e outra parte com bastante atraso. É um jogo de números que é complicado entender, sobretudo quando o parcelamento salarial sempre foi uma realidade mais comum em que cada um recebia um pouquinho. Por mais que algumas áreas tenham subsídios, como os professores, via Fundeb, nunca foi explicada a forma como a decisão se deu.

Enquanto alguns servidores, mesmo os que recebem salários mais altos e, em teoria, têm mais "condições", quebram a cabeça para fechar as contas do mês agora que não vai pingar um realzinho sequer na conta, a Prefeitura segue trabalhando normalmente em outros setores. E aí gera um certo desconforto. Muitos trabalhadores abordaram repórteres do Diário Popular para citar uma possível compra de tapetes - o que, segundo disse o líder do governo na Câmara, o vereador Marcos Ferreira, o Marcola (UB), não aconteceu, era apenas uma verificação de preço. Ainda bem! Gastar R$ 300 mil em um item de menor relevância nesse momento seria um escárnio. Que bom que foi um mal entendido, a princípio!

Mas, nos últimos dias, a Prefeitura segue anunciando outros investimentos. Embora compreenda-se que são todos relevantes e até essenciais em suas áreas, e que há bastante complexidade na lida com cada caixa, cada conta, e cada fonte financeira na administração pública, imagina-se a decepção dos servidores vendo gastos em outras áreas sendo feitos enquanto eles precisam fazer malabarismo para tentar pagar suas próprias contas, após terem trabalhado o mês inteiro.

Novamente, não é uma crítica ao gasto em si, mas ao momento em que ele é feito e à falta de transparência nesse momento. Há quem vá argumentar que é possível que o servidor tenha um fôlego financeiro com o empréstimo via Banrisul. O que, na teoria, é verdade. Na prática, no entanto, é lidar com burocracias em série e, de quebra, ter que pagar um pouco, através de juros, para receber. Dentre as tantas esquisitices citadas acima, essa é só mais uma. Mas é esquisita.


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